Criação do departamento de segurança alimentar da Cargill

Quando o Vice-Presidente Executivo da Cargill, Gerald Mitchell, pediu ao Dr. Austen Cargill que dirigisse o novo departamento de segurança alimentar da empresa em 1990, Austen ficou curioso. O bisneto do fundador W. W. Cargill não estava familiarizado com a área da segurança alimentar. As empresas sempre procuraram fornecer alimentos seguros, mas sempre o fizeram de acordo com um processo de controlo da qualidade, uma vez que os processos de segurança alimentar formalizados não eram comuns naquela altura.

Austen aceitou o desafio e, sob a sua liderança, a empresa criou uma equipa que era responsável por garantir a segurança alimentar desde a produção até à mesa. O seu trabalho ajudou a moldar aquilo que mais tarde se tornaria a norma na indústria.

Grandes mentes da Cargill e especialistas da indústria juntaram-se na criação de uma cultura de segurança alimentar. A equipa que foi criada na década de 1990 integrava o Dr. Howard Bauman, cujas credenciais incluíam trabalho para a NASA (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço), em Pillsbury, e a criação de um sistema de gestão de segurança alimentar conhecido como “HACCP” (Hazard Analysis and Critical Control Points) na década de 1960. Para compreender melhor o estado da empresa naquele momento, Austen visitou várias instalações, avaliou os seus processos e falou diretamente com os operadores e com os trabalhadores que manuseavam alimentos. Nas suas visitas, ficava muitas vezes durante o turno da noite a falar com os colaboradores, enquanto trabalhavam até de madrugada.

“[Austen] era a pessoa mais empenhada que poderiam conhecer”, lembra Todd McAloon, o chefe do departamento de segurança, qualidade e regulamentação alimentar do negócio de nutrição animal da Cargill, bem como membro principal da equipa. Durante os primeiros anos do departamento de segurança alimentar da empresa, McAloon reuniu-se com Austen e ajudou-o a formar os primeiros mil colaboradores de segurança alimentar da Cargill. “Austen queria ver tudo e viver os desafios do dia-a-dia da produção de alimentos seguros”, lembra McAloon. “Também se certificava de que os líderes estavam a destacar recursos para implementar sistemas de segurança alimentar.” Por fim, a perseverança de Austen e a sua paixão pela segurança alimentar ajudou a Cargill e acabou por levar a mudanças em toda a indústria alimentar.

Durante os seminários de segurança alimentar, Austen costumava convidar os alunos a analisar vários produtos criados a partir de ingredientes Cargill. «Eu dizia: “Quantos destes produtos podem encontrar em vossas casas? Quais deles dão de comer aos vossos filhos?”; “Não querem ter a certeza de que este produto é seguro? O produto que vocês fabricam é comido pelos vossos filhos, pais e avós”», explicava Austen. “Isso tornava as coisas mais pessoais.”

Os avanços alcançados pela Cargill no seu departamento de segurança alimentar foram considerados revolucionários e melhoraram a reputação de confiança da empresa, ajudando a formar relações de longo prazo com os clientes.

Agora, a Cargill continua a desenvolver o seu sistema de gestão da segurança alimentar de forma a alinhá-lo com normas internacionais, partilhando também boas práticas com a restante indústria alimentar. Todas as instalações de produção alimentar da Cargill conseguiram obter a Certificação de Sistema de Segurança Alimentar da Iniciativa Global de Segurança Alimentar (GFSI - Global Food Safety Iniciative). O departamento de segurança alimentar da empresa inclui mais de 4 mil pessoas e todos os colaboradores são continuamente incentivados a contribuir pessoalmente para o sucesso do sistema de segurança alimentar da empresa.

A segurança alimentar continua a ser um pilar essencial da longa história de sucesso da Cargill. A Cargill procura, diariamente, manter e aprofundar a confiança dos seus clientes e consumidores, começando pela segurança dos alimentos e rações que a empresa produz e alargando os seus esforços à melhoria da segurança alimentar em todo o mundo.